Passeio: Hotel Parque Veraneio Hampel, em São Francisco de Paula – RS, nov/2012. Por Gilberto Sander Müller.
São Francisco de Paula é o município onde se localiza a Flona SFP, com 1.606 hectares, dos quais mais de 900 hectares de Mata Atlântica nativa.
- Texto e fotos: Gilberto Sander Müller.
- Câmera: Canon SX30IS.
- Passeio feito de 2 a 4 de novembro de 2012
- Gilberto Sander Müller é associado do COAPOA, clube de observadores de aves sediado em Porto Alegre –RS. Tem divulgado suas fotos no Wikiaves, e viaja pelo Brasil, na busca de avistagens da fauna de cada região. É funcionário público do estado do Rio Grande do Sul, e atua na área técnica.
O Hotel Parque Veraneio Hampel é um local de natureza privilegiada, frequentado por vários birdwatchers de todo o Brasil e estrangeiros. Geralmente é difícil conseguir vaga se você não reservar com bastante antecedência. A hotel fica próximo à Flona, e a cidade tem muitas áreas de mata ainda bem preservada.
Você pode ver algumas espécies registradas na Flona este link: http://www.florestanacional.com.br/passaros.html
O site do Hotel não está muito atualizado, mas aqui você pode ver a lista de 2005 feita por Ralf Gutschwager e Hannes Gutschwager.
- http://www.veraneiohampel.com.
br/guia_aves.html - http://www.veraneiohampel.com.
br/mapa_parque.html - Coordenadas do hotel: -29.442597, -50.611863
O Hotel foi fundado em 1899 por um casal de alemães, utilizava do argumento do clima serrano para sugerir e promover a cura de doenças respiratórias em seus clientes. Guias nacionais e norte-americanos trazem grupos com frequência ao hotel, que tem se especializado na observação de aves como um de seus principais atrativos.
Dista 110 km de Porto Alegre, em estrada de pouco movimento e de boa qualidade. Fica localizado a 5 km da sede do município de São Francisco de Paula, com acesso fácil e seguro por estrada asfaltada. Na chegada ao Hotel, existe um trecho de 500m de estrada não pavimentada, mas de excelente qualidade, permitindo o acesso de qualquer veículo de passeio.
A entrada do hotel é bem escondida, com um portão fechado, controlado remotamente.
O Hotel é antigo e simples, mas com água quente nos seus 13 apartamentos, todos com sacada e vista para a mata.
Também está disponível acesso livre a internet Wi-fi. O café da manhã, farto e com sucos naturais de frutas da região. Não oferece almoço e janta, a não ser para grupos com mais de 15 participantes e pré-agendados.
A cidade está bem próxima, e lá existem várias opções para as refeições. Essa proximidade, no entanto, não tira a sensação de isolamento na mata, sem ruídos urbanos ou de seres humanos.
A floresta ombrófila mista, com predominância das araucárias, que abrigam algumas espécies específicas como o grimpeiro e a gralha-azul.
Das sacadas dos apartamentos, se enxergam várias árvores, que devido ao desnível de solo, já estão no nível médio da copa, o que facilita a observação. Sem sair da sacada, podem ser observados pombas, andorinhas, periquitos, saíras, arapaçus, pica-paus, tucanos, etc. Nas árvores próximas à edificação do hotel, durante a noite também podem ser avistadas corujas e outras aves noturnas.
No pátio do hotel são frequentadoras no final de tarde cotias e saracuras-do-mato. Lá existem dois comedouros para aves, onde diversas espécies podem ser avistadas durante o dia, tanto no comedouro de frutas como no de cereais. Na mata se avistam bugios e outros animais. No parque, existem diversas trilhas, que atravessam a reserva, indo de cascatas a lagos, e diversas formações geológicas. O mapa das trilhas é a toalha do café da manhã, sugerindo que o hóspede explore as belezas do local. São trilhas de baixa dificuldade, podendo ser percorridas sem maiores esforços.
O clima da região é bastante frio no inverno e, sempre durante a noite, esfria bastante. Também a ocorrência de neblina, aqui chamada de cerração, é frequente nos dias frios. Quem não gosta de frio, pode visitar a região na primavera ou no verão, estações de clima mais ameno.
Perto do hotel existe um observatório particular em torre de 30m, com um “hide”, que se projeta acima da copa das árvores, permitindo a observação de aves. É um local com uma vista impressionante, e do alto da torre com playback se consegue atrair uma variedade de aves. O administrador do hotel, Sr. Cesaro, pode franquear o acesso ao local, que fica nas proximidades do estabelecimento. Nesta visita consegui atrair saíra-viuva, catraca, tecelão e cabecinha-castanha.
Na região e na cidade, existem diversos outros pontos favoráveis para observação, inclusive a Flona – SFP, onde as visitas devem ser agendadas com antecedência.
Esta é a lista de aves avistadas pelo COA-POA dentro da Flona durante o carnaval de 2012
Ordem/Família/Espécie | Nome em português |
Tinamus solitarius (Vieillot, 1819) | macuco |
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) | inambuguaçu |
Ardea alba Linnaeus, 1758 | garça-branca-grande |
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) | maria-faceira |
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) | curicaca |
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) | urubu-de-cabeça-vermelha |
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) | urubu-de-cabeça-preta |
Elanus leucurus (Vieillot, 1818) | gavião-peneira |
Accipiter striatus Vieillot, 1808 | gaviãozinho |
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) | gavião-carijó |
Buteo brachyurus Vieillot, 1816 | gavião-de-rabo-curto |
Caracara plancus (Miller, 1777) | caracará |
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) | carrapateiro |
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) | gavião-caburé |
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) | asa-branca ou pombão |
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 | juriti-pupu |
Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) | tiriba-de-testa-vermelha |
Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769) | cuiú-cuiú |
Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) | maitaca-bronzeada |
Triclaria malachitacea (Spix, 1824) | sabiá-cica |
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) | alma-de-gato |
Megascops sanctaecatarinae (Salvin, 1897) | corujinha-do-sul |
Strix hylophila Temminck, 1825 | coruja-listrada |
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) | tuju |
Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 | andorinhão-de-sobre-cinzento |
Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818) | beija-flor-de-topete |
Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 | tucano-de-bico-verde |
Picumnus nebulosus Sundevall, 1866 | pica-pau-anão-carijó |
Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) | picapauzinho-verde-carijó |
Piculus aurulentus (Temminck, 1821) | pica-pau-dourado |
Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818) | pica-pau-rei |
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) | choquinha-lisa |
Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 | choca-da-mata |
Bataracinerea (Vieillot, 1819) | matracão |
Drymophila malura (Temminck, 1825) | choquinha-carijó |
Conopophaga lineata (Wied, 1831) | chupa-dente |
Grallaria varia (Boddaert, 1783) | tovacuçu |
Hylopezus nattereri (Pinto, 1937) | pinto-do-mato |
Scytalopus speluncae (Ménétriés, 1835) | tapaculo-preto |
Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823) | tovaca-campainha |
Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) | vira-folha |
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) | arapaçu-verde |
Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) | arapaçu-rajado |
Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859) | arapaçu-escamoso-do-sul |
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 | arapaçu-grande |
Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) | arapaçu-grande-de-garganta-branca |
Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) | joão-porca |
Philydor rufum (Vieillot, 1818) | limpa-folha-de-testa-baia |
Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885 | trepadorzinho |
Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832) | trepador-quiete |
Leptasthenura striolata (Pelzeln, 1856) | grimpeirinho |
Leptasthenura setaria (Temminck, 1824) | grimpeiro |
Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 | pichororé |
Synallaxis cinerascens Temminck, 1823 | pi-puí |
Synallaxis spixi Sclater, 1856 | joão-teneném |
Cranioleuca obsoleta (Reichenbach, 1853) | arredio-oliváceo |
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) | dançador |
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) | flautim |
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) | anambé-branco-de-rabo-preto |
Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) | caneleirinho-verde |
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) | caneleirinho-preto |
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) | caneleiro-de-chapéu-preto |
Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) | araponga ou ferreiro |
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 | patinho |
Piprites pileata (Temminck, 1822) | caneleirinho-de-boné-preto |
Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) | borboletinha-do-mato |
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) | bico-chato-de-orelha-preta |
Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) | tororó |
Hemitriccus obsoletus (Miranda-Ribeiro, 1906) | catraca |
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) | risadinha |
Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830) | tuque |
Phyllomyias virescens (Temminck, 1824) | piolhinho-verdoso |
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) | piolhinho |
Attila phoenicurus Pelzeln, 1868 | capitão-castanho |
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 | irré |
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) | bem-te-vi-rajado |
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 | suiriri |
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) | peitica |
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) | filipe |
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) | enferrujado |
Knipolegus cyanirostris (Vieillot, 1818) | maria-preta-de-bico-azulado |
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) | gente-de-fora-vem ou pitiguari |
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) | juruviara |
Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 | verdinho-coroado |
Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818) | gralha-azul |
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) | andorinha-pequena-de-casa |
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) | andorinha-serradora |
Petrochelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817) | andorinha-de-sobre-acanelado |
Troglodytes musculus Naumann, 1823 | corruíra |
Turdus rufiventris Vieillot, 1818 | sabiá-laranjeira |
Turdus albicollis Vieillot, 1818 | sabiá-coleira |
Saltator similis d’Orbigny & Lafresnaye, 1837 | trinca-ferro-verdadeiro |
Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844) | cabecinha-castanha |
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) | sanhaçu-cinzento |
Tangara preciosa (Cabanis, 1850) | saíra-preciosa |
Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) | sanhaçu-frade |
Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) | saíra-viúva |
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) | tico-tico |
Haplospiza unicolor Cabanis, 1851 | cigarra-bambu |
Poospiza cabanisi Bonaparte, 1850 | quete |
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) | canário-da-terra-verdadeiro |
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) | mariquita |
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) | pula-pula |
Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817) | pula-pula-assobiador |
Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) | tecelão |
Sporagra magellanica (Vieillot, 1805) | pintassilgo |
Euphonia chalybea (Mikan, 1825) | cais-cais |