Minha briga, há anos, é porque tanta gente parece agir de forma pequena: ignorando o quanto a natureza precisa de ajuda, ignorando o fato que vivemos em sociedade, numa comunidade, e que cada ação nossa influencia os outros.
“Você persegue valores intrínsecos quando faz algo apenas porque ama fazer aquilo. Você persegue valores extrínsecos quando está atrás de status ou de dinheiro”
dê uma banana pra polícia moral que vai dizer que uma mulher de bem não deveria ir pro mato com um homem que não é seu marido. E divirta-se.
A resposta tinha a maior cara de mentira deslavada, de gente que acha que o público é burro, e foi aí que eu realmente me senti bem envergonhada por ter câmeras Nikon e pensei que se fosse fácil eu trocaria de marca.
Se tem uma coisa que eu me arrependo é de não ter fotografado mais pessoas nesses anos fazendo viagens pra fotografar natureza. Não lamento os lifers que perdi, as fotos que desperdicei, regulagens erradas, fotos desfocadas ou tremidas,
Não é errado correr atrás de lifers e likes. Mas eu acho errado só correr atrás de lifers e likes. E se a gente promover a ideia de que ser birdwatcher pode ser tudo isso, e também trabalhar pela natureza?
A aclamação popular do 3×4-Sensação te deixa tapado. Tapado no sentido de só ser capaz de olhar pra uma direção, de só buscar um tipo de foto. Falo por experiência própria.
Os birdwatchers nunca tiveram apoio público, pelo contrário, estamos lutando pra que não aconteçam mais casos em que somos proibidos de fotografar num parque público. E mesmo assim, num único dia, somos capazes de registrar mais de 1.100 espécies de aves. Que importa não ser o primeiro na lista global de maio? Nessas condições em que vivemos, qualquer ação que promove a natureza sempre é campeã.
Por fim, Passarinhar pode salvar sua vida. Um dia você vai estar voltando para casa do trabalho, deprimido. Seu filho está com gripe, a porcaria do carro está com a embreagem estragada… e amanhã é o seu aniversário. Outro ano se passou e mais uma vez você não triunfou na sua vida (…)